SADC ressalta solidariedade de Angola para libertação da região

ÁFRICA DO SUL: PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA SADC, HAGE GEINGOB  FOTO: HENRI CELSO

ÁFRICA DO SUL: PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA SADC, HAGE GEINGOB
FOTO: HENRI CELSO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26 Março de 2019 | 14h53 – Actualizado em 26 Março de 2019 | 15h00

O Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Hage Geingob, ressaltou, esta terça-feira, em Pretória (África do Sul), a importância histórica da solidariedade de Angola para libertação da região.

Hage Geingob indicou que a solidariedade do povo angolano permitiu a conjugação de esforços, cujos resultados foram positivos para a libertação da região austral de África.

O Estadista falava na sessão de abertura da Conferência da SADC, em solidariedade para com a República Árabe Saharaui Democrática, na qual Angola participa com uma delegação chefiada pelo Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.

Disse que a solidariedade dos angolanos motivou os líderes da região a marcarem presença no aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, no dia 23 deste mês, na província do Cuando Cubango.

O Presidente Hage Geingob argumentou, por outro lado, que os africanos só poderão continuar a avançar quando todos os povos do continente estiverem livres, para quem “a autodeterminação é um direito do povo do Sahara Ocidental que ninguém o pode retirar”.

Considerou um imperativo moral demonstrar aos irmãos deste país a solidariedade dos países da SADC.

O presidente em exercício da SADC manifestou-se desagrado pelo facto de determinados países da região se fazerem presentes, nesta altura, num outro encontro organizado por Marrocos a propósito do assunto.

Acrescentou que o grande objectivo desse evento é o de contribuir para que as partes possam encontrar soluções no sentido da resolução, de uma vez por todas, deste diferendo.

Já o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, defendeu que o evento envie uma mensagem clara de que a região está com o povo do Sahara Ocidental, bem como o compromisso dos países africanos neste sentido.

Indicou que a situação do povo do Sahara Ocidental, que vive em campos de refugiados na Argélia, há várias décadas, é uma das mais preocupantes do mundo.

O Presidente Cyril Ramaphosa entende que esse povo tem sido privado dos seus direitos fundamentais.

Para este estadista, os países da SADC, onde grande parte teve de enfrentar lutas de libertação, conhecem bem a dor da opressão.

Com bastante comoção, o Presidente da RASD, Brahim Ghali, salientou ser este um apelo urgente às Nações Unidas e à União Europeia  para a realização do refendo no território.

Referiu ser uma mensagem a Marrocos, uma vez que, dois anos após a sua admissão na União Africana, ainda viola os princípios contidos no seu Acto Constitutivo.

Grande parte do território da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) encontra-se ocupado desde 1975 por Marrocos, que controla e o administra.

Embora se encontre numa disputa entre a autoproclamada República Saharaui e o governo central de Marrocos, o território do Sahara Ocidental, à luz do Direito Internacional, tem até hoje a Espanha como administrador. O território está na lista das Nações Unidas (ONU) como não descolonizado.

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