RDC considera legítima protecção da riqueza de Angola

Presidente João Lourenço (à dir.) encontra-se com o homólogo da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi FOTO: PEDRO PARENTE

Presidente João Lourenço (à dir.) encontra-se com o homólogo da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi
FOTO: PEDRO PARENTE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

05 Fevereiro de 2019 | 17h02 – Actualizado em 06 Fevereiro de 2019 | 12h52

O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, reconheceu, nesta terça-feira, em Luanda, legitimidade de Angola na protecção da sua riqueza, face à exploração desta por estrangeiros ilegais.

Félix Tshisekedi fez essa declaração durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo angolano, João Lourenço, no quadro de uma visita de algumas horas a Angola, para avaliação da cooperação entre ambos países.

No quadro da Operação Transparência, em curso em Angola desde o dia 25 de Setembro último, cerca de 380 mil migrantes saíram voluntariamente do país, sendo maioritariamente da RDC.

“Quero maior colaboração com o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) de Angola, de modo a que as expulsões sejam feitas em sintonia com as autoridades da RDC”, referiu o líder congolês.

Nessa esteira, apelou à comunicação prévia para que o seu país prepare as condições para os receber em território congolês, considerando que a emigração ocorre por instinto de sobrevivência.

Comissão Mista

O Presidente Félix Tshisekedi anunciou para o primeiro trimestre do ano em curso a realização da próxima sessão da Comissão Mista Angola-RDC, num encontro marcado para a capital congolesa, Kinshasa.

A reunião da Comissão Mista entre os dois países estava marcada para o mês de Fevereiro de 2018, o que não aconteceu.

Segundo o Presidente da RDC, o apoio do Estado angolano é fundamental para a estabilidade no seu país.

“Queremos colaborar em todos os projectos e domínios”, disse Félix Tshisekedi, que escolheu Angola como primeiro a visitar após ter sido investido.

Informou que convidou o Chefe de Estado angolano a participar nas exéquias do ex-líder da oposição congolesa, Etienne Tshisekedi, que morreu em Fevereiro de 2018, em Bruxelas, Bélgica, país onde permanecem os seus restos mortais.

Sobre as eleições que venceu com 38,57 por cento dos votos, o Chefe de Estado da RDC afirmou que nenhuma obra humana é perfeita e reconheceu imperfeições que não mancham o resultado do pleito.

“Perante o mundo inteiro fomos declarados vencedores e ninguém provou o contrário”, frisou.

Tshisekedi defendeu, como prioridades do seu mandato, assegurar o processo de reconciliação nacional, lutar contra o tribalismo e promover a unidade, ao mesmo tempo que espera dotar as forças armadas de meios para a pacificação do país.

Comprometeu-se em reunir-se com os chefes de Estados vizinhos para eliminar os focos de conflitos, visando o alcance da paz na Região dos Grandes Lagos.

Disse não existir ainda qualquer acordo com as diferentes forças políticas, mas deu indicações de estar próximo de uma aliança com o partido do presidente cessante.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no III Trimestre de 2017, a RDC foi o segundo maior destino das exportações de Angola, no comércio entre os africanos só atrás da África do Sul, com um total de 4.403 milhões de kwanzas.

 

 

 

 

 

 

 

 

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