Portas elogia Angola

Fotografia: Rogério Tuti

Fotografia: Rogério Tuti

O Vice Primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, considerou Angola uma “potência africana” pelo crescente papel internacional que desempenha a favor da estabilidade e da paz no continente berço.

Em declarações à imprensa, ontem, após uma audiência com o Chefe de Estado angolano, Paulo Portas disse que o protagonismo de Angola, com chamadas constantes para exercer responsabilidades regionais no sentido de promover a paz e concórdia, é intrínseco ao reconhecimento internacional do Presidente José Eduardo dos Santos.

“Trata-se de um dos líderes africanos com maior experiência e reconhecido pelo papel muito importante que desempenha não apenas no desenvolvimento de Angola, mas também do continente africano\”, disse Paulo Portas.

“Como sabem Angola vai no bom caminho, e com apoio de muitos países, naturalmente de Portugal, para ter um posto não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas\”, declarou o Vice Primeiro-ministro de Portugal, sublinhando que conversou com o Presidente angolano sobre da segurança nos Grandes Lagos e no Golfo da Guiné.

De acordo com Paulo Portas, o encontro também serviu para falar sobre a situação económica em cada um dos países. Angola regista taxas de crescimento económico muito importantes, referiu, o que permite ao Presidente José Eduardo dos Santos desenvolver os projectos que lançou para o mandato para o qual foi eleito pelos angolanos, visando sobretudo a qualificação da vida quotidiana da população em Angola.

Paulo Portas estimou o enfoque dado pelo Executivo angolano à emergência de uma “forte classe média\” que é, como disse, a força de qualquer país.\” Angola é um país com cada vez mais força no continente africano e por isso também fizemos um ponto de situação relativamente a esses processos de desenvolvimento\”.

Ciclo de mudança

Paulo Portas disse ter informado o Presidente angolano sobre a situação económica em Portugal, nomeadamente o “ciclo de mudança na economia\”, após três anos “muito difíceis\”, em que teve que recorrer a credores externos.

“Esse período terminou, o crescimento económico está de volta, os indicadores de confiança são os mais importantes desde 2008 e 2009, respectivamente se analisarmos empreendedores e consumidores\”, exultou o Vice Primeiro-ministro.

Paulo Portas referiu-se ao desemprego que está “felizmente descer todos os meses numa linha constante\”. É preciso crescer mais para acelerar mais a criação de emprego, disse, antes de revelar que as exportações chegaram a 41 por cento do PIB, o valor mais alto de sempre.

O governante português falou do turismo que teve o seu “melhor ano\” em 2013 e  há sinais que indicam que colocam 2014 \”manifestamente acima\”. “Há um ano quando uma empresa nova aparecia em Portugal duas desapareciam, hoje quando uma empresa nova por ventura não corre bem duas vão substitui-la e isso representa bem o ciclo de mudança da nossa economia”.

Indicadores positivos

De acordo com Paulo Portas, a conversa com o Chefe de Estado angolano trilhou pelas relações bilaterais e económicas entre os dois países. O vice-primeiro-ministro considerou o actual quadro melhor do que nunca e destacou o facto de os principais indicadores da cooperação económica estarem todos em sinal positivo.

“O comércio entre Portugal e Angola e entre Portugal e Angola já supera os 7.500 mil milhões de euros. Angola é o primeiro cliente de Portugal fora da Europa. Mas Portugal também é destino importante de investimento gerador de riqueza e de emprego em Portugal\”, exultou Paulo Portas, para quem o facto de o comércio nos dois sentidos ter atingido os 7.500 mil milhões de euros “não deixa margem para argumentos\”.

Paulo Portas destacou as parcerias, cada vez em maior número, entre empresas portuguesas e angolanas. Para o Vice Primeiro-ministro, esse tipo de associações tem ajudado a promover uma “economia mais integrada\”, mas também a dotar as empresas de valências para disputarem em conjunto mercados regionais.

Em força na FILDA

O Vice Primeiro-ministro português também falou da participação de empresas portuguesas na Feira Internacional de Luanda, que ontem abriu portas. Paulo Portas considerou a FILDA o “maior evento económico e industrial em África\” e disse que o recorde de empresas portuguesas no evento demonstra a vitalidade das relações comerciais e o bom relacionamento entre os dois países.

“Quando assim é devemos ambicionar fazer melhor, mas temos todos consciência do importante que somos um para os outros e uns com os outros, honrando uma relação de cumplicidade entre os povos e muito boa do ponto de vista político\”, declarou.

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