Pescas pretende diminuir perdas pós-captura

Victória de Barros, Ministra das Pescas FOTO: LUCAS NETO

Victória de Barros, Ministra das Pescas
FOTO: LUCAS NETO

22 Março de 2018 | 13h19 – Actualizado em 22 Março de 2018 | 21h01

O sector das Pescas pretende ajustar os custos de transporte e diminuir as perdas pós-captura, apostar na formação dos pescadores, processadores e comerciantes sobre as novas tecnologias e técnicas em gestão de negócios para aumentar a eficiência na produção do peixe.

Para tal, o foco está centrado na melhoria dos níveis de alfabetização através da formação comunitária, empoderamento económico das mulheres e a criação de oportunidades de negócios para os jovens, segundo a ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto.

A governante discursava na apresentação dos relatórios preliminares dos estudos para o projecto de Apoio à Pesca Artesanal e Aquicultura (AFAP), financiado pelo Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas com 11,1 milhões de dólares enquanto o Governo de Angola comparticipa com a quantia de um milhão de dólares, para um projecto que beneficia directamente a mais de 10.000 pescadores artesanais das províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte e Malanje.

Explicou que nesta altura continuam empenhados em implementar toda a cadeia produtiva da aquicultura nestas localidades, incentivando o surgimento de pequenas indústrias de processamento que possam receber e acrescentar valor a pequena produção.

Segundo a governante, os estudos permitirão ao Ministério das Pescas e do Mar monitorizar o projecto e fornecer informação qualitativa sobre o desenvolvimento do mesmo.

Victória de Barros Neto acresceu que permitirá intervir de forma eficaz nas necessidades mais urgentes do projecto e na implementação estratégica de acções práticas sobre os meios de subsistência e desenvolvimento rural, segurança alimentar e nutricional de forma a contribuir para a redução da pobreza.

“Pretendemos contribuir para o desenvolvimento sócio económicos das comunidades rurais, aumentando os seus rendimentos a partir da actividade da pesca em águas interiores e da actividade da piscicultura para reduzir a vulnerabilidade destas comunidades nas zonas rurais”, disse.

Para a ministra, a política actual do Plano Nacional de Desenvolvimento de apoio ao sector, enfatiza o aumento da competitividade e o desenvolvimento sustentável dos subsectores industriais e artesanais, através do alcance do aumento da produção sustentável, do investimento em infra-estruturas apropriadas, bem como o desenvolvimento da aquicultura.

O projecto de apoio à pesca artesanal e aquicultura é co-financiado pelo governo angolano através do Ministério das Pescas e do Mar e pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA), tendo iniciado a 26 de Agosto de 2015.

Por seu turno, a coordenadora AFAP, Ana de Sousa Queiroz, entende que os estudos apresentados vão permitir agir de forma mais certeira nas comunidades abrangendo as todas as mulheres envolvidas na cadeia produtiva. Serão reforçados os projectos nas 35 aldeias, bem como desenvolvidas formações nas comunidades para fazer face aos resultados estudos.

O projecto prevê criar condições para a melhoria do fornecimento de insumos de produção, nomeadamente, alevinos de qualidade e ração piscícola, bem como uma melhor adequação das infra-estruturas de cultivo, de modo a atingir maiores níveis de produção e consequentemente a comercialização dos produtos das comunidades rurais.

O projecto beneficia igualmente cinco mil processadores e pequenos comerciantes rurais ligados à comercialização do pescado, bem como 800 famílias que desenvolvem a aquacultura de pequena escala, com destaque para mulheres chefes de família, jovens e pessoas adultas provenientes de grupos vulneráveis.

O projecto tem por objectivo reduzir a incidência da pobreza e melhorar a segurança alimentar e nutricional das famílias que se dedicam à esta actividade.

A expectativa é que o projecto promova o desenvolvimento do sub-sector da pesca artesanal e aquacultura através da gestão inclusiva e sustentável da pesca artesanal e aquacultura de pequena escala.

O FIDA investiu em Angola, desde 1991, um total de 47,2 milhões de dólares em cinco programas e projectos, que já geraram investimentos na ordem dos 101,6 milhões de dólares, beneficiando mais de 201.600 agregados familiares.

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