Ministra da Cultura preside ao acto central do Dia Nacional da Cultura – 8 Janeiro

Da ANGOP – Agência Angola Press.

A cidade do Dundo, capital da província da Lunda Norte, foi a escolhida para o acto central do Dia da Cultura Nacional, que se celebra a 8 de Janeiro.

No seu discurso, Carolina Cerqueira, Ministra da Cultura, avançou a necessidade de os angolanos estarem atentos como forma de se desencorajar “práticas culturais negativas, tais como o casamento precoce, a mutilação genital feminina e a acusação de feitiçaria” dirigida a crianças e idosos.

“A questão relacionada com a acusação de feitiçaria é um assunto bastante sério, que exige estudo por parte do Instituto Nacional de Assuntos Religiosos. Espero que esse estudo comece este ano, para no próximo ano podermos discutir soluções para este sério problema, que aflige grande número de famílias angolanas”, destacou.

A escola, o centro cultural e as igrejas, de acordo com a ministra, devem voltar a incutir nas famílias a promoção e o incentivo ao patriotismo, um valor que precisa de estar omnipresente.

Para a ministra, a promoção do patriotismo nas comunidades ou fora delas, seja no país ou no estrangeiro é essencial, visto que a proximidade com a pátria é um valor inapagável.

Carolina Cerqueira reafirmou ainda que a província da Lunda Norte é culturalmente bastante rica, possui uma série de grupos étnicos, com destaque para os cokwe, os lunda e os baluba, povos que vivem em perfeita harmonia, com trocas culturais e com práticas que ultrapassam as fronteiras da província e, até, de Angola. Para a ministra, a riqueza cultural dos povos desta província pode ser vista na sua arquitectura, no artesanato, na tecelagem, na siderurgia local e nas diferentes manifestações artísticas.

“O símbolo da Cultura Nacional – o Pensador – provém desta região, da mesma forma como temos aqui a bastante conhecida máscara mwana-pwó”, reforçou a governante.

Para a ministra, o Instituto de Línguas Nacionais deve ser redinamizado, para que apresente um programa sério de valorização do património que são as línguas, a exemplo de alguns países africanos, onde cada cidadão deve aprender pelo menos uma língua nacional. O Ministério da Cultura tem em agenda a este propósito, a difusão das línguas nacionais, sugerindo que se trabalhe com os meios de comunicação social (rádio, televisão e imprensa), no sentido da valorização da diversidade linguística.

Este desiderato, de acordo com a governante, deve ser levado acabo através da escola, seja através dos centros culturais, que devem ser espalhados por todo o país, razão pela qual se vai com o Ministério da Educação para a sua expansão, assim como com as delegações provinciais da Cultura para a recolha, identificação e divulgação dos vários instrumentos musicais tradicionais para resgatar muitas das expressões culturais e promover a oralidade tradicional, através da protecção, produção e difusão de obras em línguas nacionais, um  importante mosaico da identidade cultural angolana.

Relativamente a municipalização dos serviços culturais, se pretende levar o activismo cultural a todos os municípios, com a presença de pequenas bibliotecas, de museus e da formação artística em todos os cantos do país.

O programa das celebrações compreendeu uma visita ao o centro de acolhimento de refugiados da RDCongo no município do Lóvua, a Biblioteca Provincial, o Museu Regional do Dundo, uma exposição de artes e ofícios e reuniões com os agentes culturais. Para além destes eventos, houve ainda um culto ecuménico sobre “o papel das igrejas na estabilidade social das comunidades”, no Estádio Sagrada Esperança.

 

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