Metro de Superfície custa USD 3,5 mil milhões

RICARDO DE ABREU, MINISTRO DOS TRANSPORTES (ARQ) FOTO: CLEMENTE DOS SANTOS

RICARDO DE ABREU, MINISTRO DOS TRANSPORTES (ARQ)
FOTO: CLEMENTE DOS SANTOS

06 Novembro de 2019 | 00h28 – Actualizado em 07 Novembro de 2019 | 09h03

Três mil milhões de dólares norte-americanos é o valor estimado para o investimento do Metro de Superfície da cidade de Luanda, que começa a ser construido a partir de 2020, revelou terça-feira o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu.

O equipamento, que consta das prioridades do Executivo angolano, visando maior mobilidade e descongestionamento da cidade Luanda, vai ter uma extensão de 149 quilómetros.

A infra-estrutura vai cobrir os eixos principais de Luanda, isto é, do Porto de Luanda a Cacuaco, Avenida Fidel Castro Ruz-Benfica, Porto de Luanda- Largo da  Independência e Cidade do Kilamba -  1º de Maio.

Existem dois sistemas de metro de superfície, designadamente o Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Rápido sobre Trilhos (carris), abreviadamente VLT.

O primeiro é utilizado para sistemas de transporte urbano com autocarros, que são alvo de consideráveis melhorias na infra-estrutura, nos veículos e nas medidas operacionais que resultam em uma qualidade de serviço mais atractiva.

Pode ser compreendido como um autocarro de grande capacidade que opera em faixas segregadas na superfície.

 Em contraposição ao BRT, está o VLT, uma composição ferroviária com trilhos de superfície, que precisa de energia eléctrica, e que se traduz num sistema que atende a oferta de transporte existente entre o autocarro e o metro subterrâneo.

Ao falar no programa “Grande Entrevista” da Televisão Pública de Angola (TPA), Ricardo de Abreu explicou que o estudo de viabilidade sobre o Metro de Superfície já está elaborado.

O investimento, segundo o ministro,  vai ser realizado no âmbito de uma parceria público-privada, cujos termos  “estão bem claros”, mas cujo modelo ainda está em fase de aprovação  e só depois passará para a fase da construção.

Em relação ainda ao subsector ferroviário,  o ministro dos Transportes  realçou que a nível dos Caminhos de Ferro de Luanda (CFL) há um troço de 215 quilómetros que carece de reabilitação, do Zenza do Itombe a Cacuso,  por ser muito complexo e causador de descarrilamento.

Por ser assim,  justificou o governante, obriga a que em média a velocidade do comboio seja abaixo de 20 quilómetros/hora, podendo uma viagem  Luanda- Malanje levar 13 horas.

 O subsector ferroviário transporta um milhão e meio de passageiros/ano.

Durante a entrevista, Ricardo de Abreu fez uma incursão sobre aeroportos e portos. Neste capitulo destacou que o novo aeroporto  ainda não tem data prevista para a sua conclusão e que carece  de correcções pois foram detectados defeitos nas obras.

 Disse também que há  uma ideia de remodelação do  Aeroporto 4 de Fevereiro e que já existe parceiros para a sua recuperação.

Em relação aos portos disse que o futuro Porto da Barra do Dande, ser importante não consta da prioridade do Governo, do ponto de vista de investimento público, mas se houver iniciativas privadas poderá avançar.

Explicou também que corre um processo em Tribunal sobre este porto, mas  que estará resolvido em breve, pois nunca houve uma assinatura de contrato para a sua construção, mas apenas intenções.

Reafirmou a titularidade pública do Porto do Caio, em Cabinda, e revelou a pretensão da construção de um porto no Soyo (província do Zaire) e a elaboração  um plano director para o Porto de Luanda.

Ricardo de Abreu deu a conhecer também que estão a trabalhar para tirar Angola da lista negra  marítima internacional  e expressou a necessidade do país ter pelo menos dois a três portos principais que sejam de referência a nível regional Austral.

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