INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO, NA CERIMÓNIA DE HOMENAGEM AOS PRODUTORES NACIONAIS DE BENS ESSENCIAIS

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO FOTO: CEDIDA PELA FONTE

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO
FOTO: CEDIDA PELA FONTE

INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO, NA CERIMÓNIA DE HOMENAGEM AOS PRODUTORES NACIONAIS DE BENS ESSENCIAIS

 

LUANDA, 22 DE DEZEMBRO DE 2020

-Excelência Senhor Vice Presidente da República 

-Excelência Senhor Presidente da Assembleia Nacional 

-Venerandos Juízes Presidentes dos Tribunais Superiores 

-Membros do Executivo 

-Distintos Empresários e Empresárias 

-Angolanos e Angolanas 

-Caros Compatriotas, 

           Ao aproximar-se o fim do ano de 2020, tomei a iniciativa de realizar uma cerimónia de homenagem aos produtores de bens essenciais de amplo consumo que integram a cesta básica e não só, produtores que durante o ano enfrentaram a profunda crise económica que se regista no nosso país desde o ano de 2014 e que foi agravada, este ano, pela pandemia da Covid-19 e que ainda perdura em todo o mundo, não obstante existir uma luz ao fundo do túnel para o seu controlo durante o próximo ano, por meio da vacinação de prevenção contra esta terrível doença.

         O Executivo angolano concluiu da necessidade de apostar seriamente na diversificação da economia nacional, através do aumento da produção interna de bens e de serviços, como único caminho para a redução das importações, o aumento das exportações e consequente aumento da arrecadação de divisas.

          O Executivo idealizou e concebeu o programa a que entendeu chamar de PRODESI, mas a materialização desta mudança de paradigma só sería possível com  actores não estatais, no caso, o empresariado privado nacional e estrangeiro.

          Hoje, apesar de persistirem ainda constrangimentos de vária ordem para além dos decorrentes da Covid-19, é justo reconhecermos publicamente que o empresariado privado respondeu positivamente, tem vindo a realizar investimentos em diferentes ramos da nossa economia, com resultados satisfatórios e visíveis aos olhos de todos.

          A homenagem aos produtores nacionais, representados neste acto solene por 62 empresas provenientes das 18 províncias do país, nesta véspera da quadra festiva, justifica-se por este ser um bom momento em que podemos reflectir sobre o empenho e capacidade de resistência demonstrada pelos produtores nacionais ao longo deste ano muito difícil que se aproxima do fim.

          No passado dia 10 de Novembro, por ocasião da celebração do 45º aniversário da Independência Nacional, tive a oportunidade de homenagear grupos de profissionais que se têm destacado no combate contra a Covid-19.

          Hoje é chegado o momento de homenagear os produtores de bens essenciais de amplo consumo, bens da cesta básica e não só, porque auguramos que o ano de 2021 seja um ano marcado pelo fortalecimento da produção nacional, sobretudo para os citados bens.

          Esta homenagem é também uma oportunidade para, uma vez mais, destacarmos o papel crucial dos empresários no processo de diversificação da nossa economia, sobretudo para a redução da forte dependência que ainda temos do sector petrolífero, que nos tem deixado muito vulneráveis aos choques externos que aquele sector regista.

Caros compatriotas,

          Os dados relativos à última época agrícola indicam que alcançámos bons resultados na produção das principais culturas, com destaque para a produção de cereais, de raízes e tubérculos e de hortícolas, tendo sido atingidos os níveis de produção previstos no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 para este ano.

          Foram produzidas mais de 3 milhões de toneladas de cereais, mais de 11 milhões de toneladas de raízes e tubérculos e mais de 2 milhões de toneladas de hortícolas.

        Temos sinais animadores na produção pecuária, na avicultura de corte e na avicultura de postura.

          Apesar de não termos atingido as metas previstas para este ano, a produção de carne alcançou cerca de 145 mil toneladas das 197 mil toneladas previstas, e na avicultura de postura obtivemos 1,2 mil milhões de unidades de ovos, quando prevíamos alcançar 1,5 mil milhões de unidades.

          Para melhorar estes resultados, foram realizadas importantes acções de fomento da produção de carne bovina, de carne de frango e de ovos, que tiveram uma forte adesão e participação de empresas, cooperativas e produtores familiares em diversas províncias do país e assim, graças ao empenho dos produtores nacionais, estamos seguros que num período relativamente curto assistiremos a um aumento significativo na produção de carnes e ovos.

          No domínio da pesca e da produção de sal, temos de destacar que os empresários estão a corresponder positivamente com as iniciativas de reorganização do sector das pescas, sobretudo em relação às medidas que estamos a introduzir para melhorar a fiscalização de embarcações.

     Com base na informação disponível, este ano a captura de pescado correspondeu a mais de 240 mil toneladas, resultado no entanto inferior à meta deste ano, de 347 mil toneladas, sendo, deste modo indispensável, no próximo ano, aumentar o apoio aos pescadores, sobretudo da pesca artesanal e semi-industrial.

         Temos também de assinalar o empenho dos produtores de sal, que de uma maneira geral procuraram ampliar as salinas existentes nas províncias de Benguela, do Bengo, do Namibe, do Cuanza Sul e do Zaire, tendo a produção de sal este ano alcançado as 120 mil toneladas.

          Quero ainda destacar o bom desempenho da produção da indústria transformadora, sobretudo a produção de bens de amplo consumo das nossas populações, como são os casos do sabão, da fuba de milho e da farinha de trigo, que este ano ultrapassaram as metas de produção estabelecidas,  o que permitiu que a produção nacional de sabão, de fuba de milho e de farinha de trigo atendessem à demanda interna em 63, 48 e 93%, respectivamente.

          Felicito os empresários que este ano apostaram no investimento e na entrada em funcionamento de novas unidades industriais, destacando-se as fábricas de produção de massas alimentares, de leite, de transformados e enchidos de carne, de montagem de electrodomésticos, de montagem de máquinas e equipamentos, de produtos têxteis e de confecções, bem como de diversos materiais para a construção civil.

          Com os indicadores acima apresentados, temos motivos bastantes para reconhecer o empenho do sector produtivo e, por este motivo, prestar uma singela homenagem aos senhores empresários e às senhoras empresárias, que têm assumido com abnegação o seu papel de motores da economia nacional.

          Durante o ano de 2021 o Governo vai continuar a dedicar toda a atenção para a criação de condições que propiciem o crescimento da actividade produtiva, apoiando o sector privado a aumentar a sua produção, a realizar mais investimentos de expansão e modernização, a criar novos postos de trabalho, a aumentar o rendimento das famílias e a aumentar os lucros para os investidores.

          Para que tal aconteça, no próximo ano continuaremos  empenhados na melhoria do ambiente de negócios, na simplificação e desburocratização do dia-a-dia das empresas, no aumento e facilitação do acesso ao crédito, sobretudo para as cooperativas e para as micro e pequenas empresas, no apoio à capacitação e qualificação de trabalhadores e de empreendedores, no apoio à formação de parcerias entre empresários nacionais e investidores estrangeiros, no apoio às iniciativas de exportação e de internacionalização de empresas, entre outras acções previstas no PRODESI.

           Depois de muitos anos paralisadas, contamos arrancar em breve com as três unidades da indústria têxtil instalada no país, o que vem cobrir uma grande lacuna e criar inúmeros postos de trabalho.

          Mas para essa indústria ser rentável e ter sustentabilidade, precisamos de voltar a ser produtores de algodão e, para isso, contamos com os nossos empresários agrícolas, assim como com as cooperativas de camponeses.

          Preocupado com a deterioração dos bens produzidos pelos camponeses e tendo em vista a necessidade de se baixarem os preços dos produtos alimentares, o Executivo vai abrir facilidades de crédito, para operadores de transporte que operam no mercado rural, no escoamento dos bens do campo para os centros de consumo.

          Nos próximos anos, o país deve ter a perspectiva de investir na exploração de outros recursos minerais para além dos diamantes e do ouro, iniciar a produção do ferro e do aço, implantar a indústria de construção e reparação naval, a indústria de fertilizantes, expandir a de tractores e implementos agrícolas, implantar a de vacinas para a veterinária, a indústria farmacêutica,  como investimento privado.

          Para as obras públicas de grande dimensão como auto-estradas, pontes, barragens hidro-eléctricas, portos e caminhos de ferro, o país conta igualmente com o empresariado privado, não apenas como empreiteiros, mas sobretudo para parcerias público-privadas com vantagens mútuas para o Estado e para o concessionário.

         Aos responsáveis das empresas do sector produtivo aqui presentes, em representação dos produtores nacionais, quero expressar em nome do Executivo angolano o nosso reconhecimento pelo vosso papel crucial na estabilidade económica e social do país.

Termino aproveitando a oportunidade para apresentar aos produtores nacionais votos de Festas Felizes e de um ano de 2021 muito próspero, pleno de realizações que engrandeçam a economia nacional e garantam o bem-estar de todos os angolanos.

 Muito obrigado pela vossa atenção!

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