Indústria fomenta substituição das importações

Fotografia: Francisco Bernardo

Fotografia: Francisco Bernardo

O processo de industrialização está a fomentar, de forma gradual, a substituição das importações, ao mesmo tempo que o país ganha estatuto de exportador, afirmou o secretário de Estado da Indústria.

Kiala Gabriel falava à margem da cerimónia de inauguração de quatro novas empresas, enquadrada nas comemorações do 16.º aniversário do Pólo de Desenvolvimento Industrial de Viana, assinalado ontem. O crescimento do sector industrial permite a criação de postos de trabalho e a oferta de produtos no mercado.
Desde a sua criação, o Pólo de Viana tem já mais de 100 unidades industriais a funcionar e foram criados mais de quatro mil postos de trabalho.
“É verdade que nem todos os espaços estão ocupados com indústrias, mas existe um progresso enorme e os nossos industriais vão preencherem esses espaços com unidades fabris, graças às boas condições oferecidas pela direcção do Pólo de Desenvolvimento Industrial de Viana”, disse.
Kiala Gabriel considera que o grande retorno do investimento no pólo tem sido a criação de postos de trabalho, redução das importações, equilíbrio da balança comercial, de pagamento e fazer de Angola um país produtor, competitivo, exportador e industrializado.

Novos investimentos

No âmbito de mais um aniversário do Pólo Industrial, quatro novas empresas, vocacionadas para o fabrico e distribuição de material de construção, eléctrico, plástico e metalomecânico, foram inauguradas, num investimento global de 40 mil milhões de kwanzas. Entre as novas unidades fabris consta a “Angola Yongda Industrial”, vocacionada para o fabrico de postes de betão e quadros eléctricos, cujo investimento inicial é de dez milhões de dólares (mil milhões de kwanzas), com capacidade para produzir 50 mil postes/ano e 30 mil quadros eléctricos/ano. Com um total de 150 trabalhadores, dos quais 100 angolanos, a fábrica prevê criar 700 postos de trabalho, na segunda fase.
A empresa de betão e tubagens de Angola, LDA (Angobetão), com um investimento de 14 milhões de dólares (mil milhões e 400 milhões de Kwanzas), está vocacionada para o fabrico de betão e derivados, construção de infra-estruturas, edifícios e equipamentos. A Angobetão, que ocupa uma área de cinco hectares, vai produzir inicialmente uma média diária de 600 metros cúbicos de betão. Numa segunda fase, começa a produção de derivados de betão. Com uma central de processamento, cuja capacidade é de 120 metros cúbicos/hora, a empresa vai empregar 160 trabalhadores de forma directa.

Betão a preço acessível

A Angobetão tem como estratégia tornar-se numa companhia de baixos custos operativos para reduzir os preços de venda e conquistar uma grande fatia do mercado de betão e derivados. A fábrica de Urano Metalomecânica, com uma área produtiva de 1.200 metros quadrados, tem a capacidade para produzir 800 toneladas de urano/mês.
Com um investimento de seis milhões de dólares (600 milhões de kwanzas), a empresa está vocacionada para o fabrico de construções metálicas, naves industriais, postos de abastecimento, edifícios metálicos, pontes rodoviárias e passagens pedonais.
A Trading Constroi, uma nave com uma área de 3.800 metros quadrados, tem dois armazéns e está virada para a distribuição de diversos materiais de construção, entre cabos eléctricos, tintas e vernizes, colchões, cimento cola, tectos falsos, cozinhas e roupeiros. A empresa absorve um investimento de 750 milhões de kwanzas e cria 60 novos postos de trabalho. Mais de 80 contratos para instalação de empresas, celebrados entre o Pólo de Desenvolvimento Industrial de Viana e investidores privados, podem ser rescindidos a curto prazo, por incumprimento das cláusulas, revelou o secretário de Estado da Indústria.

Incumprimento de cláusulas

Kiala Gabriel esclareceu que quando foram celebrados os contratos com entidades privadas, o objectivo era a instalação de indústrias, mas alguns promotores estão atrasados na implantação dos seus projectos. A comissão de gestão do pólo, com a autorização do Ministério da Indústria, já está a tomar medidas no sentido de ver os espaços com unidades industriais.
“Aqueles que estão atrasados com os prazos de execução dos projectos, detentores de títulos ou contratos celebrados nos anos anteriores, caso não tenham possibilidade, devem abdicar deles”, aconselhou.
O secretário de Estado disse que tem havido uma pressão enorme de pessoas que querem instalar-se em Viana. “O pólo é o maior do país em termos de espaço e está inserido no mercado de Luanda, que representa acima de 60 por cento da capacidade produtiva do país. Daí que haja essa pressão dos investidores no sentido de ocuparem o espaço”.
Para Kiala Gabriel, existem pessoas com capacidade financeira e “know how” interessadas em investir em Viana, pelo que estão a ser tomadas medidas para se passarem os espaços a essas pessoas com projectos e capital. O Pólo Industrial de Viana é uma zona de desenvolvimento de projectos industriais, criado pelo Executivo.

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