Habitações dignas aposta do Governo

Fotografia: Domingos Cadência

Fotografia: Domingos Cadência

O ministro do Urbanismo e Habitação, José Silva, destacou ontem o engajamento do Executivo angolano na agenda urbana mundial.

José Silva, que falava por ocasião do Dia Mundial do Habitat, que se assinala todas as primeiras segundas-feiras do mês de Outubro, acrescentou que esse engajamento está reflectido na constituição recente, pelo Presidente da República, do Comité Nacional de Habitat.
José Silva esclareceu que o referido comité tem como objectivo assegurar a participação efectiva de vários segmentos da sociedade, como o governo, organizações não governamentais, fundações, instituições financeiras, sindicatos, grupos de mulheres, juventude, profissionais de assentamentos humanos e pesquisadores e povos indígenas.
Afirmou que o Executivo “abraçou” assim o desafio da comunidade internacional na luta pela melhoria dos assentamentos humanos precários. Em função do desafio, disse, o Executivo instituiu o Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, onde constam vários subprogramas.
José Silva lembrou que constitui um dos desafios de Desenvolvimento do Milénio a melhoria das condições de vida de cerca de 100 milhões de pessoas a viverem em assentamentos humanos precários até ao ano 2020. Reconheceu que, apesar de se registarem elevados índices de urbanização pelo mundo, o número de pessoas a viver em musseques continua a crescer, estimando-se em cerca de mil milhões em todo o mundo, de acordo com estatísticas da Organização das Nações Unidas. Dentre os vários subprogramas, o ministro destacou o da requalificação urbana e de infra-estruturas integradas que visam colmatar a falência ou ausência de equipamentos e infra-estruturas, que caracterizam os assentamentos informais, vulgo musseques. José Silva agradeceu a amabilidade da Faculdade de Engenharia pelo apoio prestado e apelou à necessidade do envolvimento da comunidade académica, dos arquitectos, engenheiros, sociólogos e outros profissionais e membros da sociedade civil na procura de soluções que visam conferir dignidade à vida dos populares.

Cazenga e Sambizanga

A concretização do processo de requalificação dos municípios do Cazenga e Sambizanga deve contar com a participação da população, defendeu ontem, em Luanda, o arquitecto José Umba.
Membro do Gabinete Técnico de Requalificação Urbana dos Municípios do Cazenga e Sambizanga, o arquitecto dissertava sobre o tema “População do musseque e sua integração e participação na reconversão”, realizada em alusão ao Dia Mundial do Habitat.
José Umba disse que o Gabinete Técnico de Requalificação Urbana dos Municípios do Cazenga e Sambizanga, criado pelo Presidente da República, tem competências para execução, coordenação e acompanhamento, bem como o controlo e fiscalização de todo o processo de reconversão urbana. “É um processo que visa garantir uma intervenção profunda sobre o território para conferir infra-estruturas, equipamento social e habitação, de formas a responder à visão estratégica do Presidente da República”, esclareceu.
José Umba disse que o desafio é muito profundo, por isso julga que a sua concretização deve contar com a participação da população.

Fomento habitacional

O projecto de construção de 200 casas sociais no município de Capenda-Camulemba, província da Lunda-Norte, inseridas no programa de fomento habitacional, fica concluído no próximo ano, assegurou o governador provincial Ernesto Muangala.
Ernesto Muangala falava no final da visita de dois dias que efectuou ao município de Capenda-Camulemba, com o objectivo de verificar a execução física das obras em curso enquadradas no Programa de Investimentos Públicos. De acordo com o governador, estão concluídas 150 residências das 200 casas previstas.
Visivelmente satisfeito com o grau de execução das obras, o governador afirmou que os habitantes de Capenda-Camulemba vão ser os primeiros a nível da província a beneficiarem das residências do programa nacional de habitação.
Explicou que o programa prevê a construção de 175 casas na sede municipal de Capenda-Camulemba e as restantes 25 vão ser erguidas na comuna do Xinge, tendo em vista a redução do défice habitacional, principalmente para os quadros da função pública.
O governador provincial da Lunda Norte reconheceu que a construção das casas obedece às normas de engenharia civil e abarca um conjunto de infra-estruturas, como sistemas de esgoto, canalização de águas, energia eléctrica, além de definir áreas para a construção de empreendimentos sociais, administrativos e económicos. Ernesto Muangala assegurou que o programa de construção de 200 fogos é uma prioridade do Executivo, tendo em conta que vai colaborar para o alívio de inúmeras famílias que esperam concretizar o sonho de ter casa própria.
Ernesto Muangala, que enalteceu a dinâmica, capacidade técnica e humana das empresas de construção civil no município de Capenda-Camulemba, disse que o governo provincial está fortemente apostado em desenvolver um conjunto de obras que visam oferecer reflexos positivos à vida das populações.

Urbanização

O responsável da empresa BHS, encarregue da construção de 100 das 150 casas concluídas, disse ao Jornal de Angola que o projecto está a ser desenvolvido de acordo com os modernos padrões de urbanização, numa área total de 186.219 metros quadrados e com todas as estruturas e serviços.
Além dos arruamentos, afirmou Alci Ribeiro, decorrem também trabalhos que visam fundamentalmente salvaguardar as questões relacionadas com o impacto ambiental no novo bairro social de Capenda-Camulemba, com a criação de espaços verdes, plantação de árvores e reposição de manto vegetal da área para evitar erosão dos solos.
Alci Ribeiro informou que a sua empresa foi igualmente contratada pelo governo provincial para trabalhar na implantação do sistema de saneamento básico e de urbanização do bairro, através da construção de lancis, passeios e instalação de energia eléctrica e água potável.
A construtora BSH, disse, vai instalar também 120 postos de iluminação pública, a par das ligações domiciliárias, que já estão devidamente concluídas. O responsável referiu que durante os trabalhos de construção, a empresa criou até agora 40 postos de trabalho para jovens locais.

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