Governo defende na ONU o fim das armas nucleares

Fotografia: Santos Rosa |

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Angola apresentou na quarta-feira, em Washington, uma declaração em que o Executivo reconhece esforços da comunidade internacional na difícil missão de garantir um mundo livre de armas de destruição massiva.

O secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que apresentou o documento durante a Conferência sobre a Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de Armas Nucleares, considerou que este esforço acontece num período particularmente difícil, marcado pelo uso frequente da força por parte de alguns intervenientes internacionais para defender os seus interesses nacionais, contrariando  apelos internacionais sobre a necessidade do desarmamento nuclear.
Manuel Augusto garantiu que Angola dedica especial atenção à questão do desarmamento nuclear, às convenções internacionais e às resoluções das Nações Unidas e sublinhou que Angola  procura honrar os compromissos assumidos em matéria do desarmamento nuclear.
O secretário de Estado lembrou que Angola já ratificou o Tratado de Não Proliferação, o Tratado de Pelindaba para Não Proliferação em África, e, desde a última reunião sobre a Iniciativa Nuclear de Segurança de Proliferação realizada em Varsóvia em 2013, o país tem desenvolvido esforços importantes sobre a matéria, que já resultou na ratificação da Convenção sobre Armas Químicas, na participação da Comissão Preparatória para a Organização do Tratado de Banição Total de Ensaios Nucleares. A declaração apresentada pelo secretário de Estado enfatiza o facto de  as acções já realizadas pelo Governo de Angola permitirem uma cooperação mais frutuosa com os parceiros e melhorarem a implementação das disposições destes instrumentos jurídicos.“Angola reconhece que ainda tem de continuar a trabalhar no reforço da capacidade institucional, especialmente tendo em conta os novos desafios internacionais, com destaque para a luta contra o terrorismo internacional”, disse Manuel Augusto.

Preocupação do Governo

A nível internacional, o Executivo angolano está  preocupado com os focos de tensão em algumas regiões do mundo, resultantes da adopção de políticas por parte de alguns regimes para permitir a produção de armas de destruição em massa e abrir a possibilidade de as mesmas serem adquiridas por grupos terroristas.
Manuel Augusto ressaltou na sua intervenção o papel que o multilateralismo pode desempenhar neste domínio, seguindo a lógica de partilha de responsabilidades e benefícios e cooperação global, que visam alcançar soluções equilibradas, viáveis e sustentáveis. O diplomata  reconheceu o trabalho de algumas organizações internacionais, nomeadamente a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), a Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBTO) e do Centro de Cooperação Regional Africano para o Desenvolvimento (AFRA).
A Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de Armas Nucleares foi lançada a 31 de Maio de 2013, e é um mecanismo global que visa combater o tráfico de armas de destruição massiva, os seus sistemas de distribuição e materiais relacionados, de e para Estados, bem como outros actores identificados.
O evento visou a definição de medidas a tomar, desde o encontro de alto nível realizado em 2013, e examinou as alterações no panorama de proliferação e interdição, identificando áreas específicas em que os Estados membros podem centralizar os seus esforços.
Para além de Angola, o único país da região da SADC, participaram no evento 67 representantes de vários países.
A delegação angolana, chefiada por Manuel Augusto, integrou  o embaixador de Angola nos Estados Unidos da América, Agostinho Tavares, diplomatas da missão angolana em Washington, bem como quadros do Ministério das Relações Exteriores.

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