Força Aérea inaugura Academia este mês

Fotografia: Morais Canâmua

Fotografia: Morais Canâmua

A Força Aérea Nacional (FAN) vai passar a formar, para o seu quadro permanente, técnicos militares qualificados capazes de sustentar a sua vitalidade e reforçar o poder aéreo, com a inauguração, ainda este mês, da sua Academia.

Situado na Catumbela, o estabelecimento de ensino militar abre as portas com todas as condições criadas inerentes ao seu funcionamento integral, comportando igualmente vários equipamentos e infra-estruturas complementares.
O estabelecimento, que surge no quadro do processo de reedificação e modernização das Forças Armadas Angolanas, tem como objecto a formação superior de oficiais para o quadro permanente nas áreas de Pilotagem (aviões e helicópteros), Administração Aeronáutica, bem como de especialistas das distintas armas que comportam aquele ramo das FAA, como Radiotecnia, Defesa Anti-Aérea, Operações Aéreas e Controladores de Tráfego Aéreo.
O brigadeiro João de Oliveira Borges, comandante da Academia da Força Aérea Nacional, disse ao Jornal de Angola que a instituição tem capacidade para receber, por ano, cerca de 150 cadetes que, para o ingresso, devem passar por um processo de selecção bastante rigoroso, sendo apurados os que oferecem garantias e competências para suportarem os dez semestres lectivos (cinco anos) que comporta a formação.
Segundo o oficial das FAA, “a qualidade dos candidatos é um factor a ter em conta no recrutamento e selecção dos cadetes”. Os candidatos devem ter entre 20 e 22 anos de idade, com a 12ª classe concluída, com preferência para os formados nas Ciências Exactas, sendo exigido a todos médias de excelência. A formação dos cadetes na Academia da FAN vai assentar, segundo o brigadeiro João Borges, em três vertentes: “a formação académica e militar e a parte reservada à educação fisica, que é de extrema importância para os futuros quadros militares”.
Neste particular, referiu que os cursos de licenciatura na Academia são constituídos por sete componentes, formação científica das Ciências Exactas, formação técnica e tecnológica, formação comportamental, preparação física e de formação militar, actividades complementares (exercícios, ciclos de conferências), actividades aéreas (para o curso de piloto-aviador) e actividades extra-escolares. Neste momento, todo o aparato docente, entre militares e civis, formado por licenciados,  mestres e doutores, com notável conhecimento especializado, está preparado para o arranque, revelando o brigadeiro que “já foram realizados os conselhos científico e pedagógico da Academia, tendo sido aprovados os planos de estudo, curriculares e os programas de avaliação”, que contaram com a presença e colaboração de reitores e decanos da praça universitária benguelense.
João Borges sustenta que todo o sistema organizacional está igualmente montado, destacando-se a vertente administrativa, a conclusão do manual do cadete e outros que visam sustentar um sistema de ensino militar integral, ao nível de licenciatura em ciências aeronáuticas, com acreditação junto do Ministério do Ensino Superior.
Para esta primeira fase, o estabelecimento de ensino militar da FAN arranca com 30 elementos previamente seleccionados e à altura de enfrentarem o primeiro ano nas várias opções de formação. “A nossa perspectiva é termos um total de 250 cadetes, o que possibilitará 30 a 40 elementos nos distintos anos, para que não haja rompimento na cadeia de formação.”
Nos primeiros semestres, os cadetes obtêm formação em ciências de base, ciências comportamentais, ciências de engenharia, ciências fundamentais de economia e de gestão e também de língua inglesa. Os cadetes completam a formação em ciências militares onde se inclui o Comando e liderança, desenvolvendo cada um dos finalistas, na fase derradeira do curso, a sua monografia.
Em todo o processo académico naquele estabelecimento militar são absorvidos e defendidos valores como o patriotismo, lealdade, hierarquia, disciplina, coragem, espírito de corpo, dignidade, fé na missão, amor à verdade, entre outros. Em relação às estruturas, a Academia da FAN conta com oito salas de aulas, laboratórios, dormitórios, refeitórios, ginásios, polígono para aulas de educação física específica, locais de lazer, entre outros, havendo perspectivas de crescimento gradual.
“Neste aspecto, de facto estamos bem servidos, havendo já em marcha trabalhos de implantação de um sistema de banda larga para Internet, bem como área gráfica vocacionada para a impressão de livros e outros documentos de gestão corrente da instituição”, referiu.

 

FacebookTwitterGoogle+