Esforço no ajuste da taxa de câmbio
Fotografia: Kindala Manuel
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) considerou terça-feira, em Luanda, as recentes desvalorizações do kwanza como flutuações do mercado e descartou um cenário de forte depreciação da moeda nacional.
José Pedro de Morais declarou à imprensa, à margem da apresentação do projeto de introdução da disciplina de literacia financeira no sistema de ensino angolano, que não cabe ao BNA defender “a todo o custo” a paridade do kwanza, mas viabilizar o ajustamento da economia e criar condições para garantir as metas de crescimento. O governador prevê que a depreciação do dólar verificada ao longo do ano, com principal incidência para este mês, não representa, para já, uma tendência do mercado cambial angolano.
José Pedro de Morais recordou ainda que o actual mercado cambial funciona com base em taxas flutuantes “influenciadas pelas oscilações das pressões da oferta e da procura”, neste momento agravadas pela forte necessidade de divisas, mas que o banco central desenvolve “mecanismos para provocar o ajuste, não só no mercado cambial, mas também no mercado monetário”.
O governador do BNA considerou como “uma vantagem” o recente acordo entre o Executivo e a China, que prevê apoio financeiro do país asiático à diversificação da economia nacional.
“É uma vantagem? Acredito que é: estou a falar com sinceridade”, disse o governador do banco central.
O BNA e o Ministério da Educação lançaram terça-fera o projecto de inserção de Literacia Financeira no sistema de ensino, para dotar os estudantes de conhecimentos sobre gestão financeira e em matéria de empreendedorismo.
Numa primeira fase são ministradas aos alunos da 7ª a 10ª classes, em cinco escolas e institutos médios de Luanda, nas disciplinas de Matemática, História e línguas francesa, portuguesa e inglesa, conteúdos sobre “A História da Moeda em Angola”, “Orçamento” e “Consumo Consciente”. O programa teve início esta semana, com a formação de 20 professores durante três dias em Luanda e estende-se à Lunda Sul, Namibe e Zaire, envolvendo no total 80 docentes, perspectivando-se a sua expansão para outras províncias em 2016.
Além de inserir conteúdos financeiros no sistema de educação, a meta desta iniciativa do Banco Nacional de Angola consiste em ampliar o grau de literacia financeira dos jovens e da população em geral, para o aumento da estabilidade do sistema financeiro, desenvolvimento sustentado da actividade económica e qualidade de vida para os angolanos.
