Embaixador Marcos Barrica destaca posicionamento de Angola no plano internacional

Lisboa, 07/12 – O embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, destacou ontem, o posicionamento de Angola no plano internacional, durante a sua prelecção, no Congresso “Angola 40 Anos Depois Da Independência – “Formação, Desenvolvimento e Cooperação”, que decorreu, em Lisboa.

Na sua intervenção de abertura do referido Congresso, o diplomata angolano enfatizou a afirmação de Angola – país membro da ONU, desde 1 de Dezembro de 1976, “como sendo um facto indesmentível, tendo destacado o facto da sua eleição, por duas vezes no espaço de cerca de 10 anos como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (a que presidiu no mês de Março último), e pela participação activa em várias instâncias e Grupos de Trabalho, mundiais e regionais, e membro do primeiro Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Marcos Barrica afirmou que “Angola assume um papel cada vez mais relevante no seio da SADC e da CPLP, sendo uma voz respeitada para todos os assuntos que digam respeito à África Central e Austral, destacando a  presidência de Angola, à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGR) e ao Comité Consultivo Permanente da ONU para a segurança na África Austral”.

O embaixador destacou igualmente a experiência de Angola na resolução de conflitos, a sua demonstrada capacidade no processo de consolidação da paz no pós-guerra, nomeadamente no que toca o reassentamento dos deslocados internos e refugiados, assim como no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), que segundo ele, “fazem de Angola um país de referência em questões de resolução de conflitos e estabelecimento da paz e segurança internacionais”.

Na vertente interna da sua intervenção, aquele dirigente, realçou os resultados alcançados nos primeiros 10 anos de paz (2002-2012), nos mais variados domínios da vida nacional que apontavam “Angola como um caso ímpar de crescimento, sem paralelo em países acabados de sair de um conflito armado severo e prolongado e tenham feito tanto, em tão pouco tempo, em prol das suas populações”.

Marcos Barrica salientou os resultados sociais implementados pelo Governo de Angola e expressos no relatório de 2014 sobre o Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) “no qual enfatiza que depois de 2002, Angola no conjunto de 188 países analisados, é a terceira taxa mais elevada de crescimento anual do Índice de Desenvolvimento Humano com 2 porcento, apenas sendo ultrapassado pelo Ruanda e Etiópia, devido em parte, às melhorias verificadas nos domínios da educação, saúde e habitação social, acrescentando que neste domínio, quando estiver a celebrar as bodas de ouro, em 2025, Angola aspira fazê-lo como país já integrado ao Grupo de Países de Desenvolvimento Humano elevado”.

No que se refere a crise económica e financeira que o país enfrenta, o diploma informou aos presentes estar “em execução uma estratégia para a saída da crise, que incide em domínios-chave nomeadamente, fiscal, monetário, comércio e sector real da economia, sendo que a diversificação da base produtiva nacional, constitui o petróleo como principal fonte de receita e promover as exportações a curto prazo”, disse.

Para ele, apesar das contrariedades decorrentes da situação económica desfavorável, a implementação de projectos estruturantes de investimento público aprovados pelo Executivo para o presente mandato, sobretudo os relacionados com o aumento da capacidade de produção e distribuição da energia eléctrica, água potável, telecomunicações, logística e transportes, não deixou de merecer a devida atenção do Governo, por serem, “infraestruturas e equipamentos essenciais que vão garantir a transformação decisiva da estrutura económica nacional e conferir mais qualidades de vida às populações”.

Entre outras informações, José Marcos Barrica transmitiu aos presentes o estado evolutivo do processo de actualização do registo eleitoral, com vista as eleições gerais de 2017.

No Congresso em que participaram políticos, diplomatas, empresários, entidades eclesiásticas, estudantes e membros da sociedade civil, ouviu-se ainda o testemunho sobre os contornos da luta de libertação e os caminhos da independência na voz do embaixador de Angola junto da CPLP, Luís de Almeida.

Durante os trabalhos foram debatidos nos vários painéis, temas como -“Angola: o Choque Petrolífero e os Desafios da Diversificação” (por Luís Mira Amaral, Administrador Executivo da Empresa de Consultoria SPI); “Sem Segurança Não há Desenvolvimento” (por General Alípio Tomé Pinto) e ; “Prioridades da Saúde em Angola – Estratégias” – (por João Bastos, Ministério da Saúde de Angola).

Os congressistas foram ainda brindados com intervenções em temáticas, a  “Cooperação Portugal-Angola na Saúde” (por Jorge Torgal);  “Cooperação na Justiça entre Portugal e Angola”; (por Paula Teixeira da Cruz, Ex. Ministra da Justiça); “O Percurso da Mulher Angolana enquanto Actora do Desenvolvimento do País” (por Isabel Costa Godinho, Ministra Conselheira) e “O Processo Evolutivo da Comunicação Social em Angola: Uma Visão Política e Jurídico-Constitucional” (por Estevão Alberto, Adido de Imprensa).

Questões atinentes a “A Importância da Formação de Quadro para o Desenvolvimento Sócio- Económico de Angola” (por Esmeraldo Azevedo, Director Geral do Centro de Estudos Europeus e Relações Internacionais); “Perspectivas da Cooperação Empresarial entre Portugal e Angola” (por Hélder Oliveira, Comissão Executiva da Fundação Portugal-Angola); “Cultura Angolana ao longo dos últimos 41 Anos” (por Luandino Luís de Carvalho, Adido Cultural da Embaixada de Angola em Portugal) e “A Diversificação das Economias e a Cooperação” (por  Vítor Ramalho, Secretário Geral da UCCLA), estiveram igualmente em debate no referido Congresso, promovido pela Casa Cultura Angolana Welwitschia, com apoio da Embaixada e Consulado Geral em Lisboa, União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e a Fundação Portugal África.

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