Embaixador defende maior conjugação de esforços de todos para saída da crise

FOTO: CEDIDA

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O embaixador da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, defendeu sexta-feira, em Penafiel (norte de Portugal), que a saída da crise económica e financeira que se vive actualmente passa necessariamente pela conjugação de esforços de todos os estados e demais actores.

O diplomata fez esta afirmação na sessão plenária do I Fórum Internacional África, Cooperação, Educação e Desenvolvimento – (FIACED), que decorreu na cidade de Penafiel, nos dias 16 e 17 de Junho e promovido pelo Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE).

Durante a sua intervenção, José Marcos Barrica fez uma abordagem sobre a actual situação política, económica e financeira de Angola, assim como os esforços do Executivo angolano na busca de soluções para ultrapassar a crise “momentânea”, nomeadamente na vertente da estabilização macroeconómica e do processo de diversificação da economia.

Defendeu que nenhum país conseguirá vencer a crise de modo isolado, sendo para isso “necessário haver maior cooperação entre os estados e demais actores para em conjunto se desafiar a crise e encontrar uma saída airosa que possa beneficiar todos”.

“Todos os países de ambos os hemisférios têm as suas capacidades”, daí, segundo o diplomata, “devem ser aproveitadas as potencialidades naturais, técnicas e tecnológicas, humanas, económicas e socio-culturais de cada país ou região e transformá-las em bem comum, acrescentado que “a solução para a crise é a própria crise, pois a crise traz oportunidades em todos domínios”.

“Numa relação de complementaridade, de dependência e interdependência, é possível aproveitar-se as potencialidades de uns e eventuais fraquezas de outros, harmonizá-las e seguir um caminho único na busca do crescimento, progresso e desenvolvimento”, destacou.

Marcos Barrica considerou ainda fundamental a formação da pessoa humana, pois “o homem é o principal activo de qualquer processo de cooperação e desenvolvimento”.

Ricardo Martins, representante da entidade organizadora, apontou a formação académica como principal pilar do desenvolvimento do continente africano.  Citando alguns dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), aquele académico frisou que “pessoas com ensino superior têm melhor qualidade e esperança de vida; quanto mais se investir no ensino superior maior é o retorno para os estados; pessoas mais qualificadas são mais felizes; quanto mais as famílias forem escolarizadas mais os filhos serão escolarizados”.

Já Paula Teles, da Mobilidade Portugal, definiu a mobilidade e planeamento das cidades como liberdade, destacando a sua importância na cooperação e desenvolvimento de África. “Ter mobilidade é ter liberdade”, rematou.

Por sua vez, Mário Gandra, presidente do Instituto Superior de Ciências Educativas -Douro, realçou a importância da vasta riqueza cultural do continente africano, pois na sua visão “não se pode falar de cooperação e desenvolvimento sem mencionar as manifestações artísticas de África”.

Os trabalhos foram marcados com intervenções de Gil Alves Benchimol, administrador do Banco Sol e Santinho Ferreira, director-geral do Fundo de Apoio Social (FAS), que participaram nas sessões dedicadas à “organização institucional, educação e formações de quadros” e “sociedade, intervenção social, cultura e desenvolvimento”.

O fórum, em que participaram investigadores, académicos, diplomatas e políticos de várias partes do mundo, sobretudo de África, teve como objectivo discutir as problemáticas no continente africano, num quadro de articulação solidária entre investigadores e agentes sociais de África e da Europa, procurando simultaneamente criar um momento de reflexão criativa conjunta, capaz de estreitar laços de cooperação e de criar novas cumplicidades produtivas no relacionamento entre instituições, académicos e países.

O Instituto Superior de Ciências Educativas coopera com Angola há mais de 25 anos, no quadro do acordo geral de cooperação entre Angola e Portugal, e até ao momento já formou cerca de dois mil estudantes angolanos.

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