Eleições regulares e transparentes são para manter

Fotografia: Jaimagens

Fotografia: Jaimagens

O ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, apelou à unidade dos angolanos e criticou os que tentam “criar atalhos e perturbar a regularidade eleitoral já alcançada” em Angola.

“Fazem-no a troco da oferta de primaveras que, noutros países, demonstram ser autênticos infernos destruidores”, disse o ministro, no discurso introdutório ao acto central das comemorações dos 40 anos da Independência Nacional.
Bornito de Sousa apelou à vigilância, pois, como disse, ninguém se iluda com o “aparente carácter democrático dessas iniciativas, porque os seus efeitos seriam sempre devastadores para todos os angolanos e um retrocesso para as conquistas já alcançadas”.
Sobre a Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, o ministro da Administração do Território considerou “consequência lógica da resistência contra a ocupação estrangeira”. E citou Rainha Jinga, Mandume, Ekuikui II, Mutu-ya-Kevela, Mwatxiânvwa, Kimpa Vita, Ngola Kiluanje kia Samba, como ícones da resistência, cujo suor e sangue ajudaram a construir países como os Estados Unidos, Cuba e Brasil. Bornito de Sousa destacou a capacidade de superação do povo angolano, que viveu períodos de guerra até conquistar a paz em 2002. “A paz foi a maior conquista e o bem mais apreciado pelos angolanos, depois da independência nacional”, disse Bornito de Sousa, frisando que com a paz definitiva venceu Angola e venceram todos os angolanos. O momento serviu também para o reconhecimento do papel central desempenhado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, sublinhando o “elevado sentido de Estado, de justiça social e de liderança”.
“Estaríamos a ser injustos e historicamente incorrectos não destacar esse papel do senhor Presidente ao longo destes anos, pois somos testemunhas da sua ousadia ao proceder, no início dos anos 80, a um ajustamento do padrão económico de Angola, passando do até então modelo planificado e centralizado, para uma economia social de mercado, mesmo antes da queda do muro de Berlim.”
O ministro destacou ainda o contributo decisivo do Chefe de Estado angolano para a libertação da Namíbia e do Zimbabwe, e consequentemente para o fim do regime do apartheid, forçado a libertar Nelson Mandela, na sequência da batalha do Tumpo, do Cuito Cuanavale e dos Acordos de Nova Iorque, entre Angola, Cuba e África do Sul. O ministro lembrou que durante a guerra, Angola mandou para Cuba e outros países milhares de crianças para estudar e garantir o seu futuro. “Um gesto que foi contra a opinião de certos círculos, pois evitou-se que se tornassem crianças-soldados, que perecessem na guerra ou que fossem hoje o resultado da reprodução do analfabetismo, da mendicidade ou da marginalidade.”
Em relação ao processo político, Bornito de Sousa referiu-se à desilusão que foi a não aceitação, pela UNITA, dos resultados eleitorais em 1992 e a decisão de retomar a guerra para tentar conquistar o poder político. “O país só alcançou a normalidade constitucional com as eleições de 2008 e de 2012, com o reforço das instituições representativas e da justiça, e com a aprovação da nova Constituição em 2010”, referiu o ministro, que incluiu a preparação das autarquias locais, no leque de prioridades com vista à normalização constitucional de Angola.

 

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