Câmara de Valência quer ligação directa

Fotografia: M. Machangongo

Fotografia: M. Machangongo

Empresários de Angola e de Valência, em Espanha, querem realizar negócios directos, sem utilizar intermediários, foi declarado ontem, em Luanda, no fim do encontro entre o presidente da Câmara de Comércio de Valência, José Estragués, e o director do Gabinete de Intercâmbio do Ministério do Comércio, Joaquim da Gama.

O representante do Ministério do Comércio solicitou, na reunião, que os negócios com os empresários de Valência sejam feitos de forma directa e sem utilizar mercados  intermediários, por sair mais caro para o importador e mais barato para o exportador. “Quem ganha é o intermediário”, referiu.
Joaquim da Gama acrescentou que Angola precisa de investidores estrangeiros para alterar o quadro actual, produzir, exportar e obter cambiais. “Angola possui mais de 26 milhões de habitantes e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tem mais de 200 milhões de consumidores. Se forem instaladas mais empresas, Angola constitui uma mais valia”, afirmou.
O director do Gabinete de Intercâmbio do Ministério do Comércio afirmou que Angola espera investimento das empresas espanholas em domínios como a produção alimentar e maquinaria. “Tal como a Espanha investiu na Argélia e em Marrocos, podemos fazer uma política para virem montar grandes  fábricas no pais”. Em relação ao comércio de fronteira com a RDC, Joaquim Gama informou que Angola está a coordenar uma equipa de trabalho de forma a regular o mercado e ter um acordo de fronteira. As propostas já foram entregues à RDC e espera-se pela resposta. Anunciou que, recentemente, Angola assinou um acordo de fronteira com a Zâmbia.
O presidente da Câmara de Comércio de Valência afirmou que o objectivo da delegação espanhola é potenciar as relações e intenções das empresas daquele país com as parceiras angolanas e preparar o fórum económico “Descobrir Angola”, que vai decorrer na cidade de Valência ainda este ano. José Estragués  disse que há 1.400 empresas espanholas a operar em Angola, país definido como prioritário em África para as empresas de Valência, nos sectores agro-alimentar, águas, agricultura e logística.
Ontem, a delegação espanhola manteve encontros com o presidente de conselho de administração da Agência para a Promoção de Investimento e Exportação de Angola (APIEX) e com o director nacional adjunto da Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP), António Henriques e Luís Domingos, respectivamente.
Nos dois encontros, a delegação de Valência foi informada das oportunidades de negócio em diferentes sectores, estabilidade política e social, potencial de crescimento económico, recursos naturais, necessidades para melhorar as infra-estruturas e a dependência do petróleo como produto de exportação.
A delegação tomou conhecimento das oportunidades de investir em Angola na construção, maquinaria, sector energético, equipamento industrial, exploração de hidrocarbonetos e minerais, turismo, telecomunicações e educação.
A delegação de Valência permanece dez dias em Angola e mantém contactos com representantes dos sectores da indústria, pescas e agricultura e tem prevista uma deslocação, amanhã, a Malanje.

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