Café é catalisador do progresso social

Fotografia: Mota Ambrósio

Fotografia: Mota Ambrósio

O secretário-geral da Organização Inter-africana do Café (OIAC), Frederick Kawuma, defendeu esforços dos países para a elevação da produção, qualidade e o prestígio do café continental, de modo a garantir o seu retorno como uma verdadeira fonte de exportação.

Frederick Kawuma disse à imprensa, à saída da audiência que lhe foi concedida pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, que há pouco tempo a União Africana defendeu também o interesse em tornar o café africano uma “commodity” capaz de promover e gerar uma transformação económica e social dos países produtores.
No encontro com o Vice-Presidente da República foi abordada a situação do café em África e as perspectivas a seguir nos tempos actuais, numa altura em que os maiores produtores africanos procuram mecanismos para o retorno aos grandes níveis de produção. “No encontro com o Vice-Presidente, tive a oportunidade de falar sobre o desenvolvimento das actividades da organização e sobre o imperativo que temos em esclarecer os países membros da OIAC sobre os desafios que temos pela frente”, sublinhou Frederick Kawuma.
A visita de Frederick Kawuma, que termina hoje, é justificada pelo facto de Angola assumir a presidência da Organização Inter-Africana do Café, desde Novembro de 2014, aquando da realização da 54ª Assembleia Geral Anual da organização, em Kampala, Uganda. A organização congrega as 25 maiores nações produtoras do continente e é o principal organismo intergovernamental ao serviço do café, tendo como objectivo promover a  cooperação internacional no sector. Angola tem experiência para voltar a produzir café com sustentabilidade, disse o secretário-geral, e reconheceu que está em condições de voltar a ser uma grande potência no sector.

Produção nacional

O ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, afirmou que neste momento o país está num processo de recuperação da produção de café, depois de ter sido, no passado, o quarto maior exportador mundial. Afonso Canga lembrou que a produção actual de Angola situa-se nas 15 mil toneladas de café comercial, numa altura em que se projecta o aumento dos níveis de produção com o investimento em curso, principalmente do sector privado.
O ministro da Agricultura anunciou a realização, em Novembro deste ano, em Luanda, da Conferência Inter-africana do Café, na qualidade de presidente da organização. “Há um conjunto de acções em curso e a visita do secretário-geral faz parte dos preparativos da assembleia-geral, mas também do programa de trabalho da presidência angolana na OIAC”, disse.
A reunião de Novembro vai abordar a situação da organização, a produção actual e o futuro do seu desenvolvimento, bem como o papel que desempenha no desenvolvimento económico e social dos países. O continente africano, na década de 80, tinha capacidade de fornecer 35 por cento dos grãos mundiais. Hoje, por questões diversas, o continente é responsável por apenas 12 por cento da oferta global. A Etiópia é o maior produtor africano, seguida do Uganda e Tanzânia. Todos estes grandes produtores registam, actualmente, quedas significativas nos seus níveis de produção.
Dados da Organização Internacional do Café (OIC) mostram que o défice global de café vai atingir os 20 milhões de sacas de 60 quilos até 2020 se a produção não aumentar. Há cinco anos projectava-se um crescimento de aproximadamente 2,5 milhões de sacas por ano em virtude da procura do Canadá, Europa, América Latina e Ásia, segundo a mesma organização.

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