Brigadeiro angolano dirige Força Multinacional

Fotografia: Casimiro José

Fotografia: Casimiro José

O brigadeiro angolano João Dinimo Capingana foi oficialmente investido no cargo de chefe da brigada de alerta da Força Multinacional da África Central (FOMAC), em cerimónia realizada em Ponta Negra, durante o exercício militar “Loango-2014”, que decorre até amanhã naquela região da República do Congo Brazzaville.

João Capingana substituiu o general chadiano Zakaria Gobongué. No acto de posse, o ministro chadiano da Defesa, Benaindo Tatola, igualmente presidente do Conselho da Paz e Segurança (COPAX), esclareceu que “Loango-2014” vai permitir testar a operacionalidade da Capacidade de Desdobramento Rápido (CDR), conforme a guia de marcha número três da Força Africana em Alerta.
A tomada de posse obedeceu a uma decisão assinada, no dia 19 deste mês, pelo secretário-geral da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Ahmad Allam-Mi, no quadro da nomeação do comandante da CDR da FOMAC para o exercício “Loango-2014”.
Para o ministro, tais exercícios seriam “um quadro ideal para permitir as forças armadas e a polícia dos países da África Central juntarem as suas habilidades, experiências e perícia, com vista a enfrentarem os desafios de segurança presentes no espaço comunitário da CEEAC”.
Por seu turno, o secretário-geral da Comunidade Económica dos Estados da África Central , Ahmad Allan-Mi, alertou que a região enfrenta numerosos desafios com riscos que podem desestabilizar os Estados-membros. Neste particular apontou as ameaças da seita islamista Boko Haram, no norte dos Camarões, os actos de pirataria e de insegurança no Golfo da Guiné, e a persistência do conflito na República Centro Africana e no leste da República Democrática do Congo.
O exercício “Loango-2014”, disse, constitui um teste da aptidão da Comunidade Económica dos Estados da África Central  na planificação e condução da Capacidade de Desdobramento Rápido, sob o mandato da União Africana. As manobras decorrem no âmbito da criação da brigada de alerta da Força Multinacional da África Central (FOMAC), encarregue de prevenir as crises e assegurar a paz na região, para além da ajuda humanitária.
Além de 192 elementos da Marina de Guerra, do Exército e da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) que integram o contingente das Forças Armadas Angolanas (FAA), Angola toma parte com um barco, dois aviões de reconhecimento de marca “Tucano” e um aparelho de transporte aéreo “IL-76”.
Constam dos diferentes objectivos das referidas manobras militares, testar a capacidade da Comunidade Económica dos Estados da África Central em conduzir a planificação, projecção das forças, conduta e retorno da experiência de uma CDR, familiarizar o pessoal militar e da polícia com o ambiente político, diplomático e jurídico relacionado com acções militares e necessárias relações com a sociedade civil e organizações humanitárias.
As manobras militares têm ainda o objectivo de redigir os planos específicos de operação de principais componentes em conformidade com os seus mandatos, treinar a força multinacional a diversos níveis, conduzir acções humanitárias em benefício das populações e conduzir o processo de avaliação do exercício (RETEX).

Militares envolvidos

No “Loango-2014”, cujo encerramento acontece amanhã, participam mais de dois mil homens e inscreve-se no quadro das anteriores manobras militares já realizadas nesta região central do continente africano, nomeadamente “Sawa-2006”, nos Camarões, “Barh El-Gazel/2007”, no Chade, e “Kwanza-2010”, em Angola.
A respeito da segurança no Golfo da Guiné, realizou-se, à margem da cerimónia, em Ponta-Negra, a entrega oficial do edifício-sede de três andares do Centro Regional de Segurança Marítima da África Central (CRESMAC).  O secretário-geral da Comunidade Económica dos Estados da África Central  disse, a propósito, que o CRESMAC corresponde à vontade dos Chefes de Estado e de Governo de garantir, no mar e nas costas, a segurança no Golfo da Guiné para todos os utilizadores.

FacebookTwitterGoogle+