Angola pode assinar novos contratos petrolíferos em 2021

FPSO NO OFFSHORE ANGOLANO FOTO: FMIUDO

FPSO NO OFFSHORE ANGOLANO
FOTO: FMIUDO

Angola poderá assinar, no segundo semestre de 2021, novos contratos de exploração petrolífera, anunciou, esta quinta-feira, o presidente da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo.

Pretende-se com essa medida travar o declínio natural da produção do país estimada em 1,349 milhões de barris de petróleo/dia.

O responsável, que não detalhou outras informações sobre os contratos, fez esse pronunciamento, via video conferência, numa sessão da “CeraWeek”, inteiramente dedicada a Angola.

Este evento, que anualmente reúne os líderes mundiais do sector energético em Housto, este ano foi cancelado devido à Covid-19, mas os seus promotores procuraram manter a “network” activa entre os vários players mundiais, através de sessões online, transmitidas através das suas plataformas.

Na sessão, intitulada “Novo Upstream em Angola, Aumentar a Competitividade para Reposicionar o Futuro”, Paulino Jerónimo lembrou sobre as alterações introduzidas no sector petrolífero nacional no decorrer dos dois últimos anos, por orientação do Presidente da República, João Lourenço.

Assegurou também que, em conjunto com os operadores e os prestadores de serviços, Angola, com a intervenção activa da ANPG, tem estado a dar passos concretos rumo à sustentabilidade da exploração e da produção petrolífera.

“Acompanhamos de perto os investidores com operações em Angola, quer os operadores, quer os prestadores de serviço” esclareceu.

Referiu que em 2019 este ano de 2020 foram assinados acordos com grupos empreiteiros para os blocos 14, 15, 17 e 18.

Explicou que, no bloco 14, foram avaliadas três áreas de desenvolvimento e, como resultado, vai se perfurar seis novos poços.

Para o bloco 17, o acordo serviu para a extensão da licença de concessão em duas etapas distintas, a primeira estende-se até 2035 e a segunda até 2045.

Com esta extensão, prevê-se que em 2024 este bloco esteja a produzir, pelo menos, 400 mil  barris/dia.

No bloco 18, o desenvolvimento do Campo Platina foi aprovado e a extracção do primeiro óleo é esperada no final do próximo ano.

Referiu, igualmente, que foi assinado um acordo com o novo consórcio de gás para que se desenvolva os campos de gás não associados nos blocos 1, 2 e 3 e fazer chegar à Angola LNG.

Durante este mesmo período, conseguiu-se trazer para Angola três novas plataformas, estando em discussão a instalação de mais, para que se execute o plano inicialmente aprovado e conseguir atenuar o declínio da produção”, sublinhou o Presidente da ANPG.

Ao se referir à criação, há cerca de duas semanas, de dois grupos de trabalho que visam aumentar a competitividade do sector em Angola, justificou ter como objectivo estabelecer as regras de partilha de meios das operações logísticas entre os operadores, com vista à criação de sinergias e à optimização dos custos de exploração e de produção.

Já o outro visa a criação de um “benchmark fiscal” e contratual, para se perceber o nível de competitividade do sector em Angola, quando comparado com o continente africano e com os restantes mercados mundiais.

“Ambos os temas são importantes, mas o segundo assume particular relevância porque nos permitirá aferir o nível de competitividade fiscal e contratual que temos no presente e, consequentemente, introduzir as melhorias que sejam necessárias”, enfatizou Paulino Jerónimo.

Realçou que Angola tem de publicitar mais e melhor os seus processos de licitação, designadamente com mais tempo de antecedência para que os potenciais investidores tenham o tempo necessário para avaliar os dados disponíveis. “Sabemos também que temos de tornar o petróleo lucro (share profit oil) mais atractivo para quem investe”, disse.

“São dois aspectos que vão melhorar seguramente as licitações que iremos lançar ainda este ano e que decorrerão no primeiro semestre de 2021”, vincou.

Sobre o futuro da indústria, especificamente sobre a redução das emissões de CO2, Paulino Jerónimo disse que Angola está alinhada com as exigências que a preservação do ambiente coloca à indústria.

 “Porque este tema é por demais importante para todos os operadores de referência, que pretendem continuar a operar de forma rentável mas respeitando as leis ambientais em vigor, Angola está em perfeita sintonia com a implementação e cumprimento das mesmas. Tudo faremos para que as emissões de CO2 no nosso país estejam de acordo com as leis internacionais, porque queremos que os investidores continuem a confiar em nós e a olhar para Angola como um parceiro que cumpre”, expressou.

Neste painel esteve igualmente presente o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Martins, que deu conta da contribuição da operadora nacional para o bom funcionamento do sector.

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