Angola afina estratégia empresarial em Sochi

PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO (À DIREITA) RECEBE EMPRESÁRIOS RUSSOS FOTO: CEDIDA

PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO (À DIREITA) RECEBE EMPRESÁRIOS RUSSOS
FOTO: CEDIDA

23 Outubro de 2019 | 19h26 – Actualizado em 23 Outubro de 2019 | 19h35

As autoridades angolanas aproveitaram, nesta quarta-feira, o primeiro dia do Fórum Económico Rússia-África, que decorre em Sochi, para avaliar com empresários russos novas formas de incremento da parceria empresarial.

No quadro desse evento, que reúne mais de três mil empresários russos e africanos, Angola avaliou o estado do intercâmbio com renomadas empresas desse país europeu, particularmente nos sectores dos petróleos, diamantes e das novas tecnologias.

Para tal, o Presidente da República, João Lourenço, recebeu em audiência líderes políticos e empresários russos com interesses em Angola, com quem falou sobre o estado da cooperação.

O Chefe de Estado, que participou antes na cerimónia de abertura do evento, reuniu-se com o vice-presidente do Comité Internacional da Duma, Alexey Chepa, e com Sergey Ivanov, presidente da ALROSA, empresa do sector diamantífero com forte implantação em Angola.

De igual modo, recebeu o director-geral da ROSOBORONEXTPORT, Aleksander Mikheev, o presidente da LUKOIL, Alexperov Vladimir, e o presidente da GEMCORP, Atanas Bostandjiev.

Dos vários assuntos discutidos nesses encontros, entre as autoridades angolanas e os empresários russos, esteve em destaque a questão da construção de refinarias em Angola.

Segundo o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, houve a manifestação de interesse de algumas empresas russas em participarem nesse processo.

Em declarações à imprensa, à margem dos encontros, disse que o Presidente da República falou com os empresários sobre vários projectos do ramo dos petróleos e mineiro, tendo se inteirado da intenção da LUKOI investir na exploração petrolífera no país.

Outro tema que mereceu atenção de João Lourenço e dos empresários foi o reforço da cooperação no domínio das novas tecnologias.

A esse respeito, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse que a reunião permitiu avaliar projectos de investimento em banda larga, em Angola.

“Nós precisamos de parceiros, porque continuamos a construir as infra-estruturas no país. Olhamos para os aspectos da formação específica, que queremos na área das tecnologias de informação e das telecomunicações”, expressou aos jornalistas.

Carvalho da Rocha disse terem aflorado a questão das tecnologias do futuro, da inteligência artificial e outras áreas do sector.

Anunciou que foi assinado um acordo de intenções, tendo em vista o incremento da cooperação bilateral no domínio das telecomunicações.

Trata-se de um acordo que vai ser complementado em Luanda, nos próximos meses, quando o titular das telecomunicações da Rússia, Komstatin Noskov, visitar a capital angolana.

Entre os aspectos previstos para esse futuro acordo destaca-se a implementação e utilização das tecnologias de automatização da gestão pública (governação electrónica), desenvolvimento da infra-estrutura das comunicações e das tecnologias de informação.

Prevê também o apoio à cooperação no ramo dos investimentos, inovações conjuntas, realização de investimento dos sistemas de segurança nas redes e sistemas de tecnologias de informação.

Incorpora ainda a formação de quadros na esfera de comunicação e tecnologias de informação, e sistemas.

O futuro acordo prevê igualmente estimular o contacto directo entre as partes, empresas, instituições de investigação e de ensino e outras organizações do sector das comunicações, TIC e dos correios.

“Felizmente conseguimos fechar todos os entendimentos que pretendíamos, nós e a nossa contraparte, e agora vamos tratar dos aspectos que nos permitem assinar esse acordo em Luanda”, vincou.

Advertiu, entretanto, que isso vai levar o tempo que as autoridades precisarem, para materializar o projecto de cooperação.

Segundo José Carvalho da Rocha, o acordo toca com várias áreas e vai precisar que todas elas possam dar o seu aval.

“Para nós, o mais importante é que foi aceite pelas duas partes. Vamos seguir esse aspecto formal e assinar o que falta numa viagem que nós prevemos que ocorra em  Luanda”, concluiu.

Entretanto, o primeiro dia de trabalhos da delegação angolana no Fórum Económico Rússia-África ficou também marcado pela participação em importantes painéis temáticos, onde o país apresentou a sua estratégia e falou dos investimentos em curso.

Entre esses domínios estão o Ensino Superior e a mineração.

O Fórum Económico Rússia-África, que encerra quinta-feira, antecedeu a primeira Cimeira Rússia-África, que congrega quinta-feira pelo menos 50 líderes africanos, entre os quais o Presidente João Lourenço.

 

 

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