Angola aberta para investimento estrangeiro

09 Setembro de 2019 | 01h09 – Actualizado em 09 Setembro de 2019 | 12h23

Com uma mensagem simplificada de “sejam bem-vindos a Angola”, aplaudida pelos empresários qataris, João Lourenço convidou os investidores a participarem no desenvolvimento do país, através de apostas em mais sectores da economia.

Perante responsáveis máximos da Câmara de Comércio e Indústria do Qatar e também da Associação Empresarial desta nação rica em petróleo e gás natural, o Presidente da República explicou à plateia as razões da sua visita oficial a Doha e fez diagnóstico da situação actual do ambiente de negócios no país.

De acordo com o estadista angolano, “fazer negócios hoje (em Angola) é bem diferente de há dois anos”, pois “há mais incentivos e garantias” para o sucesso de quem deseja investir num país cujo clima favorece e está geograficamente “muito bem posicionado”.

João Lourenço ouviu as preocupações das duas mais importantes instituições empresariais do “pequeno gigante”, hoje considerada a nação mais rica do mundo por conta de investimentos em diversos ramos da sua economia, mas a que se repetiu era o receio de arriscar no desconhecido.

Os homens de negócios do Qatar questionaram como funcionam as políticas cambiais e os incentivos para aqueles apostadores disponíveis em ajudar Angola a crescer. Depois das explicações, a classe empresarial “aprovou” o gesto e prontificou-se a fazer parte desta etapa, rumo a um país novo e com tudo para ser próspero.

As áreas de infra-estruturas, gestão aeroportuária, tecnologias, engenharia, construção civil, logística, distribuição, catering, consultoria, agro-pecuária, energia e águas, além do petróleo e gás, despertaram mais atenção do núcleo forte da economia do Qatar.

Abdul Rahman Al-Ansari, empresário do ramo industrial ligado à Câmara, disse, antes do encontro, que pairavam algumas dúvidas sobre a realidade de Angola, mas tudo mudou depois da conversa com o Chefe de Estado angolano.

Segundo o presidente-executivo da Câmara de Comércio e Indústria do Qatar, a instituição tem luz verde para expandir os negócios no novo parceiro económico.

O Presidente João Lourenço reiterou aos empresários que, com a assinatura de seis acordos, em Doha, a cooperação entre os dois países vai prosseguir mais facilmente e o investimento privado do Qatar e Angola estará mais bem servido.

“Incentivamos os qataris a desembarcarem em Angola com toda a força para os mais diferentes ramos da economia. Sejam bem-vindos a Angola!”, concluiu o estadista, que termina assim a visita oficial de dois dias ao Qatar, para o reforço da cooperação.

A Câmara de Comércio e Indústria do Qatar anunciou, em Maio último, que 116 novas fábricas foram criadas no país em quase dois anos, enquanto “também existem 147 em construção”. O número aumentou para 17%, ao atingir 823 até este ano, em comparação com 707, no final de 2016.

Segundo a imprensa local, em dois anos, 32 mil novas empresas foram estabelecidas naquele do Médio Oriente, contra 24 mil nos dois anos anteriores, o que equivale a um crescimento de 34%.

Os investimentos estrangeiros do Qatar cresceram 6,6% no primeiro trimestre de 2019. Citando um estudo do Ministério do Planeamento do Qatar e pela sede do país, a imprensa diz que o total de investimentos estrangeiros chegou a 199,7 biliões de dólares no final do primeiro trimestre de 2019.

Hoje, o Qatar tem a terceira maior reserva de gás natural no mundo e é o maior exportador global de gás liquefeito. Em termos de PIB per capita, é o país mais rico do mundo. Na página oficial, o fundo soberano diz que a sua função é “fortalecer a economia do país por meio da diversificação em novas categorias de bens”.

Essa tese é reforçada pela actuação da Fundação Qatar, um dos locais visitados pelo Presidente João Lourenço, no domingo. O objectivo da fundação é “apoiar o Qatar na sua jornada de uma economia de carbono para uma economia de conhecimento”.

As duas principais iniciativas da Fundação Qatar para reduzir a dependência dos recursos naturais foram criar uma zona franca de pesquisa e desenvolvimento em Doha e atrair estudantes das universidades ocidentais.

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